terça-feira, agosto 25, 2009

DbTreeView no Delphi - JvDbTreeView

Bom, depois de apanhar um pouco para conseguir colocar para funcionar, aqui vai a dica de como fazer um plano de contas ser mostrado numa TreeView, no caso vamos usar a jvDbTreeView que é uma TreeView dbaware no Delphi.

Como vamos usar o componente na JVCL, aqui vai o link para baixar http://sourceforge.net/projects/jvcl/, é um excelente pacote de componentes, praticamente tudo que você precisar, acaba descobrindo que tem lá.

Criei a minha tabela no Firebird, a estrutura abaixo:

Campo Tipo Descrição
Cta_ID integer Numero da conta
Cta_Master integer Conta “pai”
Cta_Descricao Varchar(30) Nome da conta

Coloque um componente JvDbTreeView no formulário, conecte-o via a propriedade DataSource à tabela do banco de dados.

Ajuste as suas propriedades do JvDbTreeView como abaixo:
Obs.: No meu caso o dataSource chama-se dsPlanContas.

Propriedade Valor
DataSource dsPlanContas
DetailField Cta_Master
ItemField Cta_Descricao
MasterField Cta_ID

   Pronto, já está OK e pronto para funcionar.

A explicação das propriedades é a seguinte:
DataSource: Obviamente é a conexão à base de dados;

DetailField: É o campo que contém o valor que aponta para a conta pai.

ItemField: é o texto que vai aparecer na TreeView.

MasterField: é a chave única da tabela.

       Quem reescreveu o componente deve ter problemas sérios para atribuir nomes às propriedades, custei para conseguir entender, mas aí está o mapa da mina.

Abaixo um exemplo do que está no banco de dados:

Cta_Id Cta_Master Cta_Descricao
1 0 DESPESAS
2 1 DESPESAS FIXAS
3 2 PESSOAL
4 11 ALUGUEL
5 11 CONDOMINIO
6 0 RECEITAS
7 6 RECEITAS DIRETAS
8 3 CLT
9 3 FREES
10 2 CUSTOS DIRETOS
11 10 IMÓVEIS
12 1 DESPESAS VARIAVEIS
13 12 COMBUSTIVEIS
14 12 COMISSÕES
15 12 MATERIAL DE EXPEDIENTE
16 12 MANUTENÇÕES
17 12 EXAMES MÉDICOS

sábado, agosto 22, 2009

A volta da proposta de regulamentar a profissão no mercado de informática.

Bom, eu já escrevi diversas vezes, em newsgroups e fóruns sobre este tema, infelizmente nunca no blog. Vou sanar agora esta falha, para que o texto pelo menos fique registrado, e eu possa depois mencionar sem precisar reescrever tudo.

Em primeiro lugar, convém esclarecer que, caso seja aprovada a regulamentação da profissão, eu estaria dentro dessa reserva de mercado, portanto a minha posição nada tem de inveja (como alguns mais exaltados defensores dessa sandice propalam) ou outro sentimento, digamos… “menos nobre”.

Mas sou RADICALMENTE CONTRA a regulamentação da profissão de analista de sistemas, como também de outras como leiloeiro oficial (sim também querem regulamentar), flanelinha (acreditem, é verdade, veja aqui), capoeirista (duvida? então veja…), corretor de imóvel, contador, e várias outras.

Mas a discussão aqui é sobre analista de sistemas, aliás o próprio termo já é um tanto antigo e esta praticamente caindo em desuso, até porque as competências para construir um software como produto vão bem além disto.

Sou contra por várias causas, algumas:

- Regulamentação não é garantia de competência, o mercado já se encarrega de separar o joio do trigo, hoje vale muito mais uma certificação do que a regulamentação. Os defensores argumentam que software lida também com vidas humanas, como software de aviônicos, equipamentos hospitalares, usinas nucleares, etc.

   Oras, alguém pensa seriamente que a regulamentação fará alguma diferença nisso? Nenhuma empresa contrata um programador ou analista de sistemas para fazer software para incubadoras neo-natal por exemplo, isso é desenvolvido por empresas estabelecidas, com certificações CMM, ISO e por aí afora vai, o software tem que ser homologado e certificado, não interessa se o analista é diplomado ou não, o mesmo para softwares de avionica, para usinas e por aí afora vai.

   Pensam muitos que é necessário para frear a competição desmedida, que avilta os ganhos dos profissionais. Eu tenho a minha empresa de software, a competição no mercado é tanto com outras empresas quanto com profissionais independentes, eu não baixo o meu preço aquém do que considero justo e que minha planilha de custos mostra ser o razoável, e tem concorrentes no mercado cobrando 5% do meu preço final. Há mercado para eles e há mercado para a minha empresa também, tudo depende do cliente, e não será uma regulamentação que irá banir os camelôs de sistemas do mercado. Isso é competição, é concorrência, é saudável e bem vinda, graças à esta competição a qualidade aumentou (pelo menos a minha).

   Regulamentação é apenas reserva de mercado, e quem se beneficia disso, historicamente comprovado, são os incompetentes, vide a famigerada, nefasta e de triste lembrança, reserva de mercado de informática. Os bons profissionais, diplomados ou não, tem espaço no mercado, são disputados por empresas e pelo mercado. Apenas as empresas de fundo de quintal, ou a quitanda da esquina, e mesmo assim olhe lá, é que vão contratar o sobrinho do amigo do cunhado para fazer um programinha para controlar o estoque, esta é uma fase já passada, a realidade é outra.

    Hoje temos inclusive carência de bons profissionais no mercado, veja bem, de bons profissionais, profissionais diplomados ou não tem aos montes, mas qualidade é algo que anda raro, e é muito valorizada.

    Existem excelentes profissionais oriundos das faculdades, mas infelizmente existe também uma grande parcela que sai da faculdade sem noção de mercado, com parcas idéias teóricas, sem embasamento na realidade, sem falar nos que são incapacitados intelectualmente para exercer a profissão, e falo com conhecimento de causa, já perdi a conta de estagiários oriundos de várias faculdades que passaram pela empresa, e as estatísticas comprovam que mais de 80% não possuem condições mínimas para trabalhar, falta-lhes capacidade de raciocínio, ainda mais em uma área extremamente dinâmica como TI, aonde o conhecimento que tenho hoje é nada amanhã, temos que pesquisar, aprender, descobrir e manter-se em dia com as novas tendências e tecnologias, e esse ciclo se renova a cada semana, portanto não é um diploma que vai dar o estofo necessário para atuar nessa área.

    A regulamentação vai apenas onerar um pouco mais nossa atividade, com anuidades para conselhos, federações, e por aí afora vai, além de abrir um bom número de cargos para serem preenchidos por apaniguados políticos, e sustentados por nós.

    Um dos maiores entraves do Brasil é o custo trabalhista, e com a regulamentação estaremos burocratizando e onerando ainda mais uma área em que o dinamismo deveria operar. O que vai ocorrer é que grandes empresas de software, que hoje são grandes contratantes, vão acabar migrando a contratação de seus serviços para Índia, Paquistão, China, etc.

    Argumentam que só os relaxados, que nunca foram atrás de um diploma estão preocupados com isso. Bom, eu não me considero um relaxado, e como já expliquei no inicio do texto, eu estaria na turma dos “beneficiados”, mas discordo deste argumento, isso é uma desculpa esfarrapada de quem deseja ardentemente a regulamentação, para estabelecer uma reserva de mercado para si, ou por ter medo de encarar a competição do mercado, ou por comodismo mesmo.

    A regulamentação vai criar uma classe comodista, como já ocorre em algumas outras, e quem vai perder com isso é a sociedade como um todo, menos competição, menos desenvolvimento, preços maiores, enfim prejuízo para todos.

   Argumentam que os que “se acham competentes” mas não possuem diploma, que corram atrás do diploma, e que não precisam se preocupar com isso. É uma falácia, muitas vezes quem tem longa experiência e não é formado na área, não tem tempo de voltar para os bancos de uma faculdade.

   E quando se volta para os bancos de uma faculdade, chega a ser irritante o nível primário do corpo docente, que parece viver no mundo de Alice (com exceções é claro), com muito pouca noção de mercado, prazos, SLAs e como se produz software como produto.

   Com a quantidade cada vez maior de faculdades que não conseguem as notas mínimas, imagino o nível de profissionais que serão regulamentados, e com isso enganando o mercado. Sim, porque hoje o mercado sabe que existe tanto o picareta quanto o competente, mas com profissionais regulamentados, com a carteira na mão, muitos pensarão que isso será garantia de qualidade, o que não é.

    Sem falar que o legislador propõe regulamentar uma categoria que está em franca extinção. Não se faz mais software como produto apenas com Analista de sistemas e programadores, hoje precisamos das competências de um Engenheiro de software, um analista de negócios, e muitas outras competências, que vão muito além de um simples analista de sistemas.

   Então, eu não vejo nenhuma real vantagem para os profissionais e para o povo, em ter a profissão regulamentada e uma reserva de mercado, vejo isto sim uma tentativa de explorar o nosso bolso, criando mais um custo para bancarmos, além de proteção para os incompetentes que não conseguem se manter no mercado.

domingo, agosto 09, 2009

Aos poucos o gado vai acostumando com o jugo.

 

E aos poucos os conselhos de Maquiavel vão se confirmando, assim como as orientações de Antonio Gramsci, ainda que não empregadas dentro da sua ótica marxista.

A respeito da recente lei anti-tabagismo em São Paulo, a esmagadora maioria está bovinamente aceitando e aplaudindo.

Os que ousam levantar a voz contra, como já fiz, é sumariamente tachado de todos os epítetos pouco elogiosos imagináveis, além de ofensas verbais, e acusações do tipo “Egoísta, não se importa com os outros”, e por aí afora vai.

Oras, eu larguei o cigarro já tem mais de 9 anos, vez ou outra me atrevo a saborear um “puro” (charuto, para os menos íntimos do hábito), mas sou não fumante, a fumaça do cigarro inclusive me incomoda, portanto as ofensas e xingamentos raivosos caem no vazio, pois erram solenemente o alvo.

Porém me incomoda muito mais, não só me incomoda, me revolta, me causa repúdio, profunda revolta, o Estado metendo-se a tutor de minha vida privada, meus hábitos e até mesmo de cuidar da minha saúde. Não trabalho bem com a idéia de um estado controlador, isso liga em mim, de maneira automática e instintiva, o bixo da revolta, me vem à mente as multidões controladas pelo estado na China, Coréia, Cuba, ex-URSS, e por aí afora vai, e não posso ficar calado, quieto e aceitar isso como normal.

O que a maioria dos que aplaudem essa lei arbitrária parecem ignorar é que o foco da discussão está errado, enquanto o governo, como um déspota auto nomeado tutor de minha vida, brada demagogicamente aos quatro ventos contra os malefícios do cigarro, à maneira de um hábil prestidigitador que desvia o foco da cena principal, vai introduzindo no dia-a-dia do cidadão leis policialescas, privativas de liberdades, tutoras de direitos mais intimos, e mostrando o foco distorcido, consegue o aplauso da patuléia, como o boi que aceita de bom grado a água e o capim na estrada para o abatedouro.

Porque não se fez tanto empenho para disciplinar uma separação física de fato dos ambientes de fumantes e não fumantes, como existe em Salvador? Porque o impacto da lei promulgada gera muito mais dividendos eleitorais, e o (des)governador José Serra está de olho no Alvorada em 2010 e não no mandato de governador que deveria exercer.

Enquanto isso dezenas de pessoas (crianças, jovens, adultos e até velhos) se acabam fumando pedra nas Cracolândias por esse Brasil afora, e os governantes nada ou muito pouco fazem para solucionar o problema, novamente porque isso não gera dividendos eleitorais a curto prazo, esse é um problema que demanda energia, tempo, dedicação, esforço e trabalho, muito trabalho, para dar frutos em 1 ou 2 décadas, é muito tempo para os nossos politiqueiros de plantão, que querem colher os frutos agora, afinal há tempos perdeu-se o interesse coletivo de vista, em prol dos interesses pessoais e imediatistas dos politiqueiros que fizeram disso o seu meio e fim de vida.

O que me espanta é a maneira bovinamente plácida com que as pessoas, inclusive muitas tidas como cultas, aceitam a tutela do estado, via leis arbitrárias, em suas vidas.

Esse é um dos males seculares da América Latina, essa cultura ibérica de que o estado deve ser o grande pai, a tudo provendo, a tudo orientanto, a tudo tutelando, como se fossemos incapazes de tomar conta de nosso próprio nariz (e na maioria das vezes eu acho que uma grande parte da população é incapaz sim). É o oposto da mentalidade anglo-saxã dos nossos irmãos do Norte, que prezam a liberdade individual acima de tudo, e jamais aceitariam o estado lhes ditando o que fazer, por isso as ditaduras florescem muito mais nestas bandas, pois encontram terreno fértil no populacho.